Eu sempre gostei do Ipê. Sei lá, o cheiro, as cores, a beleza sempre me trouxeram coisas boas, principalmente a notícia de que o inverno estava para terminar e logo a primavera iria ressurgir com toda sua magnitude.
Tá certo que o tempo anda meio louco, desvairado, então os Ipês florescem em qualquer tempo, mas ainda associo a imagem desta bela árvore ao fim do que é ruim e ao início de coisas boas.
Este não foi um ano muito fácil...tivemos duas perdas, pessoas queridas que ficarão sempre naquele lugarzinho especial dentro de nossas lembranças, um cantinho que quando bate a saudade a gente faz de conta que pode e volta ao tempo.
Acho que eu sou um pouco como o Ipê....depois de momentos de turbelência, momentos tristes, momentos que gostaria de esquecer, tenho a capacidade de renascer, forte, bela e exuberante para outra estação enfrentar, seja com a vida da primavera, o crescimento do verão, os desgastes do outono ou o fim representado pelo inverno. Fim não, recomeço, porque é preciso morrer para recomeçar.